- Breve história
Breve história
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A festa Colete Encarnado realizou-se, pela primeira vez, nos dias 16 e 17 de julho de 1932, pela vontade de um grupo de Vila-Franquenses à frente dos quais se encontrava José Van-Zeller Pereira Palha. Defensor aguerrido das suas raízes culturais, foi o mentor de uma festa que teve na sua origem a homenagem ao Campino, às gentes que trabalhavam no campo e uma angariação de fundos para ajudar os bombeiros da terra. O seu brilho foi tal que se transformou numa referência da tradição Ribatejana até aos dias de hoje. Desde então, falar de Vila Franca de Xira é falar também desta Festa, da consagração da figura ímpar Campino e do seu ofício, de cavalos e toiros, de tertúlias, de esperas e largadas, de corridas, do Tejo e da Lezíria, de um entusiamo contagiante nas ruas cheias de gente, de laços que se renovam a cada ano que passa.
Sublinhe-se a relevância do Campino, associado a festejos religiosos e taurinos, que nos anos 30 do século XX viu a sua figura elevada, com a política cultural de António Ferro, enquanto dirigente do Secretariado da Propaganda Nacional e responsável pela política cultural do Estado Novo.
Anualmente agendado para o primeiro fim de semana de julho, este evento dura três dias e contou, apenas, com três anos de interregno (1933, 1936 e 1942), justificado com as dificuldades decorrentes da II Guerra Mundial e, recentemente, por motivo de pandemia.
O programa desta festividade, assente nas tradições campestres e diferenciador face a outros concelhos limítrofes, alia, em simultâneo, uma oferta vasta e variada, sobretudo no que à música diz respeito, agradando, por isso, a todos quantos nos visitam. Esta é a forma de mostrarmos que gostamos de receber e mostrar o que de mais genuíno temos.
Para uns é a curiosidade de conhecer o Colete Encarnado, para outros, é viver mais uma vez momentos de alegria e convívio num ambiente realmente especial. O certo é que queremos assistir a momentos como a Missa Rociera, a corrida de Campinos, o Desfile das Tertúlias e de atrelagens, a solenidade na Homenagem ao Campino e na entrega do Pampilho de Honra (um tributo póstumo), as danças de sevilhanas, as esperas e largadas, a noite da sardinha assada, alinharmos pelas ruas com a animação itinerante e percorrer os vários palcos, para não perder desde o fado aos grupos e bandas mais atuais. Tudo isto é preenchido e vivido com a emoção destas ligações fortes de identidade.
O Concelho viu também, em 2020, a sua festa mais querida e acarinhada tornar-se uma das “7 Maravilhas da Cultura Popular”, reforçando esta vertente expressiva da sua história e raízes, na qual a Autarquia envida, permanentemente, esforços na senda da preservação e exaltação.
Vila Franca de Xira expressa, nestes dias, o seu orgulho, o seu sentido de terra aficionada, a sua personalidade afetiva, num ritual que, de uma forma ou outra, toca a todos sem exceção. Na ligação da cidade à Lezíria e à Festa Brava estes três dias materializam a alma Vila-Franquense.
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